O mundo árabe não pára
Primeiro foi a Tunísia, depois o Egito, a Líbia está no caminho e Bahrein e Iêmen protestam para derrubar seus ditadores
Os protestos nos países africanos de origem árabe e também nos países do Oriente Médio se intensificam a cada dia que passa e a vontade do povo, de derrubar os governos ditatoriais e instalarem uma democracia que há tanto tempo não existe por aqueles lados, somente aumenta.
Tunísia e Egito, através da ação popular, conseguiram derrubar os ditadores Ben Ali e Hosni Mubarak respectivamente. Mas tudo isso não foi de um dia para o outro e tampouco sem violência e derramamento de sangue da sociedade.
A Argélia já registra protesto e na Líbia a situação está cada vez mais complicada já que mais de 230 pessoas morreram e o ditador Muammar Gaddafi pretende permanecer no poder à todo custo, mesmo que para isso seja necessário um banho de sangue na sociedade.
Os jornais já relatam que o governo mandou as forças armadas atirarem contra o povo para conter os protestos na capital Tripoli e também na 2ª maior cidade do país, Benghazi, onde cerca de 120 brasileiros trabalham para a empresa Queiroz Galvão. Gaddafi está no poder há 41 anos e, assim como os demais ditadores, governa a nação com mãos-de-ferro e pouca liberdade de expressão.
Vale lembrar que alguns diplomatas líbios já renunciaram aos seus cargos e ocorreram casos de que 02 pilotos da aeronáutica desertaram para não atirar contra o povo. Ambos foram para Malta e cogitam pedir asilo político para não serem reprimidos caso voltem à Líbia.
Os casos citados acima são todos em países de origem árabe, porém localizados no continente africano. Enquanto isso, no Oriente Médio, mais especificamente no Bahrein e Iêmen, o povo também protesta e pede a saída dos presidentes e o estabelecimento da democracia e mais liberdade à sociedade.
Todos sabem que para derrubar um governo e estabelecer a democracia demanda um certo tempo e infelizmente vidas serão perdidas. Porém, qual a garantia que os países se tornarão democráticos realmente? Na Tunísia e no Egito as ditaduras caíram, porém ainda nada mudou e o povo aguarda as próximas eleições para elegerem um novo governante.
O povo continua esperançoso assim como todo o resto do mundo, mas em lugares que pouco (ou nada) viveram em sociedades democráticas. Corre-se o risco de as forças armadas assumirem o poder temporariamente e não saírem mais. O que seria uma derrota para todos, inclusive para a própria democracia.
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Ivan