Governo Dilma: mais um ministro caiu

O que muda no Ministério do Esporte com a troca? Nada!

Por Thiago Marcondes

Orlando Silva, suspeito de corrupção na pasta do esporte, pediu demissão do cargo de ministro por não conseguir se manter politicamente na função. Mesmo sem a comprovação de sua participação no esquema, seu nome já está manchado na história política brasileira.

Somente no primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff 06 ministros perderam seus cargos, sendo que Wagner Rossi (Agricultura), Antônio Palocci (Chefe da Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Pedro Novais (Turismo) caíram por suspeitas de escândalos. Somente Nelson Jobim não estava envolvido em supostos casos de corrupção, mas perdeu o posto por ter falado mais do que deveria.

No início acreditava-se em uma limpeza no alto escalão governamental como nunca visto antes e, ainda hoje, pode ser que de fato isso aconteça. São muitos os casos de escândalos e, após as trocas ministeriais, nada se fala e se sabe sobre o que efetivamente aconteceu e, para o bem de toda a sociedade, se os culpados serão julgados, condenados e punidos.

A mídia denuncia e com a pressão política exercida sobre os suspeitos não há condições de permanecerem nos cargos. Após os episódios a sociedade tem que aturar os novos ministros mesmo que em várias situações as nomeações sejam indicações políticas para agradar um partido aqui, um político alí e por aí caminha a situação.

Agora, voltando ao Ministério do Esporte, acredita-se que o escândalo de corrupção nos contratos com as ONG's foi porque o partido de Orlando Silva, o PC do B (Partido Comunista do Brasil), utilizou o dinheiro desviado para aumentar seu caixa. Ou seja, praticamente anula a figura de Silva no esquema, apesar de ser acusado de ter recebido uma quantia significativa na garagem do prédio ministerial.

O novo ministro da pasta, o deputado federal Aldo Rebelo, assumiu o cargo e informou que os contratos com as ONG's e o repasse de verbas serão cancelados de forma que casos assim, de corrupção, não aconteçam mais. Pelo menos em seu pasta é claro. A nomeação de Rebelo é, no mínimo, algo estranho já que seu partido foi o principal acusado de estar envolvido (até o pescoço talvez) no esquema do desvio de dinheiro.

Como em todo sistema "democrático" no mundo todos os partidos e políticos da base aliada querem cargos de expressão e com orçamento significativo para trabalharem. O Ministério do Esporte é um dos que mais tem verba, pois o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro as Olimpíadas de 2016. Ficou claro, nessa situação, que a nomeação foi indicação política e uma forma de manter o PC do B aliado ao planalto durante seu mandato.

Até agora não há dados que comprovem quem e como foi a participação no esquema de corrupção, mas um coisa é certa: além do nome nada mudou no Ministério do Esporte e na condução dos programas da pasta.

Aldo Rebelo é da bancada ruralista do congresso e relator do novo Código Florestal. Aqui está uma pergunta feita pelo Blog do Sakamoto: "Como ministro do Esporte, Aldo Rebelo, relator do novo Código Florestal, autorizará os estádios da Copa a terem apenas 50% de grama?".

Thiago Marcondes é Jornalista

Comentários

Anônimo disse…
O esporte sempre mobilizou um grande contingente de pessoas e o ex-ministro Orlando Silva já pode ser chamado de "O Ladrão das Multidões".
Quanto a Aldo Rebelo, comunista de carteirinha, talvez faça algo para que nos jogos Olímpicos o Brasil melhore sua participação, assim como no passado fizeram a extinta União Soviética, a extinta Alemanha Oriental, a China e a ainda atual Cuba. Ganhar por ganhar, a qualquer custo. Estamos caminhando na contra-mão da história.
Ivan

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