Sudão do Sul: um novo Estado, uma nova guerra?

As independências nem sempre foram pacíficas e, na África, qualquer movimentação pode estourar novos confrontos

O Sudão é o maior país do continente africano e nos últimos 50 anos enfrentou 02 guerras cívis que resultaram na morte de ao menos 23 milhões de pessoas e a desestabilização política, social e econômica da não. O norte da nação tem maioria árabe e muçulmana enquanto no sul vivem os negros que são cristãos ou animistas (crenças africanas).

O sul diz ser colonizado pelo norte e há tempos luta pela separação. Aliás, a última guerra civil cessou em 2005 e os cristões mantém um governo autônomo baseado em Juba, a capital do que poderá ser o Sudão do Sul.

Hoje, 09/01/2011, começa o referendo para que os sulistas decidam se a nação será separada ou não. Mas ao que tudo indica, inclusive as pesquisas (que não são confiáveis), a separação é inevitável e o 193º do mundo será criado.

O Sudão é rico em petróleo e com a separação o sul ficará com a maior parte das reservas. Atualmente o dinheiro recebido é dividido pela metado entre o norte e o sul, mas não se sabe como ficará caso ocorra a independência.

Aliás, o atual presidente do Sudão (Omar al Bashir), declarou que respeitará a decisão do povo. Mas quando se fala de África fica difícil acreditar que um resultado à favor da oposição seja respitado. Temos como exemplo recente a Costa do Marfim.

Se o norte decidir não respeitar a decisão uma nova guerra pode se iniciar na África e mais vidas podem ser perdidas. O governo de Bashir é especialista nisso e acredita-se que em Darfur tenham cometido genocídio e tirado a vida de mais de 300 mil pessoas.

Mas se respeitar a decisão, o Sudão do Sul já nascerá um país falido e sem o mínimo de condições sociais como educação, saúde, habitação, para a população.

Com mais de 70% de adultos analfabetos e infra-estrutura precária poderá se tornar a nação mais pobre do mundo, assim como o Timor Leste quando conseguiu a independência da Indonésia.

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