Dia Nacional do Iraque


   Bagdá


Iraque: de Monarquia à República o país ainda vive instabilidade social e econômica

País de tradição milenar e históricamente importante na região do Oriente Médio, o Iraque já foi de domínio do império turco-otomano e, depois da primeira guerra mundial, foi estabelecido que a Grã-Bretanha controlaria aquela localizade.

Durante o período de domínio britânico o país viveu em um regime monarquista até 1958, quando forças iraquianas invadiram a capital Bagdá e assassinaram o rei Faissal ll e toda sua família.

Esse fato ocorreu exatamente no dia 14 de Julho e marcou o fim da monarquia e o início da República do Iraque. De 1958 até os dias atuais a nação viveu, e vive ainda, momentos de instabilidade e insegurança política, econômica e social.

Na década de 60 o partido Baath chegou ao poder após um golpe e em 1979 Saddam Hussein tornou-se presidente, cargo que ocupou até o ano de 2003 quando o exército estadunidense invadiu o Iraque e derrubou o governo ditatorial exercido por ele.

Durante o regime de Saddam as pessoas viviam com medo e sob pressão, pois existiam agentes que trabalhavam em função de delatar quem falasse mal do governo. O livro "101 dias em Bagda", da jornalista Asne Seierstad relata muito bem essa situação.

Depois da invasão estadunidense sob a condição de encontrar armas químicas (não encontradas até o momento) e de estabelecer a democracia, acreditou-se que o país teria sua condição política, social e econômica melhorada e que a paz e a liberdade estariam ao lado do povo. Porém, de fato não foi isso que aconteceu.

Portanto, amanhã, dia 14 de julho de 2010, o povo deve celebrar 52 anos do fim da monarquia e o início de uma república. Essa que atualmente vive sob o constante medo de atentados suicidas realizados por grupos opositores à "democracia" imposta pelos estadunidenses.

Aliás, a morte de cívis continua a ocorrer no Iraque, apesar de jornais informarem que em 2010 a quantidade de mortos diminuiu em relação ao ano de 2009. Esperamos que governo e sociedade entrem em um acordo para que a paz volte a reinar e vidas de inocentes sejam preservadas.

Afinal, ninguém quer comemorar uma data tão importante em meio à tanta violência contra a sociedade e sob a chance (muito grande por sinal) de ocorrer novas explosões.

Comentários

Anônimo disse…
Meu caro Thiago, maravilha de texto, próprio de um grande jornalista. É claro que o número de mortos no Iraque está diminuindo. A cada dia que passa tem menos gente viva por lá. E pensar que aquela região foi num passado distante um grande centro de riquezas. É triste pensar que eles não têm hoje nem o que comemorar. Eu confesso que não sabia que hoje é o Dia Nacional do Iraque.
Parabéns pelo texto e se você me autorizar vou abrir um link em meu blog para divulgar o seu. Permite?
Abraços
Ivan

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