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Belarus: conversa com Volha Franco

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Professora de russo e apaixonada pelas obras de Jorge Amado, Volha Franco vive em Salvador, Bahia, e respondeu algumas perguntas sobre Belarus e a situação atual. Ela fala sobre o interesse pelo Brasil, a vida em uma ditadura, pandemia e fraudes em seu país. Na live do Facebook existem ainda mais detalhes. Como surgiu seu interesse pelo Brasil e quando se mudou para o país? Não havia motivação específica de vir ao Brasil. Eu estava estudando português por aprender alguma língua que não fosse muito difícil ou exótica. Quando tinha um nível intermediário comecei a ler Jorge Amado e através dos livros dele me apaixonei por Salvador, principalmente o Mar Morto, o livro que fez minha cabeça para eu ter que vir ao Brasil e ter contato com Iemanjá. Foi assim que cheguei em Salvador.   Durante a infância como foi viver em uma ditadura e quando se deu conta da situação de Belarus? Sobre a ditadura você vive nela e a percebe como normal, como algo natural. Então na infância não se dava muita co

Belarus: a última ditadura da Europa

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Situado no Leste Europeu e ex-república soviética, Belarus atualmente tem 9 milhões de habitantes e a maioria mora na capital Minsk. Governado desde 1994 pelo ditador Aleksandr Lukashenko, que em muitos momentos parece viver na era soviética, o país vive uma onde de protestos por conta da fraude nas últimas eleições. Fraudes ocorreram em todas as eleições desde a independência do país onde Lukashenko, ainda em 1994, sequer deveria se candidatar. O ditador, diferente de outros pelo mundo, sempre diz que cerca de 80% da população o reelegeu. Certa vez afirmou que praticamente todo o povo teria votado nele, mas optou por mentir e diminuir os números por conta da União Européia, que não acreditaria. O país, com grande potencial turístico e reconhecido na Unesco pelos seus castelos, pouco era citado na mídia brasileira até o início da pandemia. Em 2019 eu havia pesquisado bem pouco sobre história e os preços de vôos entre a Rússia e Belarus porque minha intenção é conhecer Moscou, São Peter

Categorias de base: custo ou investimento?

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Durante a pandemia, que se arrasta por ao menos 5 meses no Brasil, pouco tenho lido ou acompanhado notícias de esportes e, principalmente, sobre futebol. Inclusive, neste mesmo blog, publiquei o texto Futebol em plena pandemia onde concordo com o retorno dos campeonatos no país. Esta semana ao ver o facebook o título Por que o Brentford não tem categorias de base desde 2016 me chamou atenção e mesmo antes de ler me questionei: "Como um clube pode não ter categoria de base e o que o motivou a isso?". Assim como o Brentford  muitos clubes de divisões inferiores atuam com perspectiva de subirem de divisão e, quem sabe, chegar à elite nacional. Os acessos e algumas competições rendem dinheiro aos cofres que podem salvar financeiro o ano dessas equipes. Até mesmo aqueles times de cidades pequenas e com pouquíssimos torcedores têm esse objetivo. Porém, não é apenas isso! As categorias de base do clubes formam atletas que no futuro podem ser vendidos à preços altos e renderem dinh

Bom dia, Camaradas

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Para seguir na linha de autores africanos desta vez apresento um livro da literatura angolana. O livro Bom dia, Camaradas é um romance, de acordo com o autor, mas também um relato autobiográfico e fala da vida de um garoto que vive em Luanda, capital de Angola. Angola viveu em guerra por conta da independência de Portugal, que sabidamente colonizou alguns países no continente e, também, o Brasil. Os relatos, no começo, parecem ser bastante simples com conversas com empregados. O país, na década de 80 já era independente, e vivia uma guerra civil. O Movimento  Popular pela Libertação de Angola (MPLA) governava o país e era apoiado por Cuba e pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Foto retirada do site da Amazon Sem entrar detalhadamente em polícia, mas relembrando sua infância, o autor conta sobre os professores cubanos que foram ao país para atuar na educação, suas rotinas como cantar o hino na escola, cartões de abastecimentos e os horrores sobre viver em

Minha irmã, a serial killer

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O Brasil, colonizado pelos portugueses e com grande influência africana por conta dos anos de escravidão, não tem hábito de consumir cultura do grande continente e poucas são as obras literárias, músicas, filmes e séries apresentados e divulgados pela nossa mídia. Em 2019 a editora Kapulana  lançou o livro " Minha irmã, a serial killer"   e atua com divulgação de autores brasileiros, angolanos, moçambicanos, nigerianos, portugueses, quenianos e zimbabuanos. Ou seja, oferece espaço para culturas que os brasileiros têm pouco acesso. Aliás, muitas vezes pouco valorizadas por nós. Sobre o livro, tem uma narrativa em primeira pessoa que conta a história de duas irmãs completamente diferentes uma da outra. Korede, a narradora, trabalha como enfermeira e é amargurada e pragmática, enquanto Ayola, a caçula, a preferida da mãe e a mais bonita entre as duas, mas claramente com distúrbios psicológicos. Ayola, mimada, sempre tem seus desejos atendidos e no começo do livro percebe-se se t

Bruxas da Noite: as aviadoras soviéticas

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A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, onde os alemães saíram derrotados, até hoje é objeto de estudo e no mundo todo livros sempre são lançados com novas histórias e fatos sobre o fatídico evento. Inclusive existem relançamentos com novos fatos e narrativas sobre a guerra, que na Rússia é conhecida como a Grande Guerra Patriótica. Fala-se muito dos E.U.A. e Rússia, além de Alemanha, Itália e Japão na guerra e, de forma geral, sempre são destacados personagens masculinos como heróis e bravos lutadores. Ao longo do período as mulheres, como um padrão na época, atuavam como enfermeiras, cozinheiras e cuidavam da família tiveram pouco destaque. O livro " Bruxas da Noite: A História não Contada do Regimento Aéreo Feminino Russo Durante a Segunda Guerra Mundial " tem relatos incríveis sobre a bravura das mulheres que deixaram família e filhos para servir à pátria como aviadoras. Escrito por Ritanna Armeni e Eleonora Macini o livro tem relatos do 588º Regimento Aére

Futebol em plena pandemia

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Por Thiago Marcondes Alguns campeonatos estaduais no Brasil voltaram a ter jogos e no Rio de Janeiro existe até um campeão, o Flamengo, que venceu o Fluminense em estádio vazio e com o Rafinha respondendo às provocações dos rivais com brincadeira, como o futebol deve ser. Chega de violência! Confesso que de uns tempos para cá não tenho lido tanto as notícias online e visto telejornais, mas leio as revistas que assino e nem sempre o foco delas é o COVID-19, apesar de quase tudo girar em torno da pandemia. Mas sei que o Brasil, e principalmente São Paulo, ainda têm níveis altos de contaminação e mortes pelo vírus. O campeonato paulista retorna hoje, após 4 meses paralisado pela pandemia, e com o clássico entre Corinthians e Palmeiras que, assim como demais jogos, não terá público. A F.P.F. (Federação Paulista de Futebol) e os clubes seguem um protocolo padrão para garantir a saúde dos envolvidos e a não disseminação do vírus ao longo dos eventos, que pode reunir aproximadamente 300 profi