O Árabe do Futuro 2: Uma juventude no Oriente Médio (1984-1985)
A continuação da vida de Riad Sattouf no Oriente Médio, especificamente na Síria nesse livro, fala sobre a dificuldade do seu primeiro ano na escola onde aprendeu a ler e escrever em árabe e sob um sistema escolar rígido e extremamente rigoroso.
Eles moravam em um pequeno vilarejo, próxima a cidade de Homs que nos últimos anos tem sido bastante destacada na mídia por conta da guerra vivida pelo país. Na escola a professora, muito amável nos primeiros momentos, depois se mostra agressiva e sempre tinha um bastão na mão para castigar as crianças que não faziam as tarefas ou não sabiam recitar o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. No primeiro dia de aula, se atrasou e levou uma palmada com o bastão.
Como dito no texto anterior ele é filho de mãe francesa e pai sírio. Loiro e com um visual típico europeu e totalmente diferente das crianças da região, sofre porque muitos alunos da escola e primos não o querem por perto, onde ele chega a apanhar dos amigos. Muitos falavam que ele era judeu, pela aparência, e o batiam. Outros defendiam sob afirmação que naquele país não tem pessoas dessa religião.
Notícias na TV e rádio falavam sempre muito bem do ditador e seus feitos. Quando seu pai foi comprar material escolar muitos tinha a bandeira síria e fotos de Hafez. Por mais que a propaganda apontava apenas coisas boas, o vilarejo onde morava ficava sem energia elétrica com frequência por conta da infraestrutura da Síria.
Outro ponto marcante eram as reuniões em família e amigos onde os homens ficavam separados das mulheres. Elas, que preparavam a comida e os serviam primeiro para comer apenas quando eles estavam satisfeitos. Outro ponto, em 1985, é que Riad sequer havia visto na vida uma urna de eleição e naquele ano Hafez disse ter disse ter sido eleito com 100% dos votos.
Essas e outras histórias extremamente interessantes são contadas nos livros e nos trazem um pouco da realidade de quem viveu sob um regime ditatorial.
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