A importância do uso de sistemas da informação na saúde

 Em clínicas, AMA (Associação Médica Ambulatorial), UPA (Unidade de Pronto Atendimento), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e hospitais os pacientes que utilizam os serviços passam em consultas com médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e demais profissionais pertencentes à uma equipe multiprofissional para acompanhamentos e/ou procedimentos clínicos ou cirúrgicos.

Na grande maioria dos casos os médicos solicitam exames ao paciente, sejam de sangue ou diagnóstico por imagem, e os resultados são inseridos no S-RES (Sistema de Registro Eletrônico de Saúde) onde todos os profissionais na atenção ao paciente podem realizar as consultas.

Em locais sem sistema eletrônicos, os chamados ERP’s (Enterprise Resource Planning), as solicitações de exames são realizadas de forma manual que podem ser via receituário (pedido médico) ou prescrição médica que posteriormente são inseridos no prontuário físico do paciente.

As informações do paciente no pedido médico e prescrição de exames estão suscetíveis à erros, pois dados do paciente como nome, data de nascimento, idade, CPF, endereço e telefones também são inseridos manualmente no pedido enviado ao laboratório e/ou C.D.I. (Centro de Diagnóstico por Imagem).

O laboratório ou o CDI que realizará o atendimento, por sua vez, também insere os dados manualmente em seu sistema e caso o pedido médico tem rasura ou letra ilegível todo o processo de cuidado ao paciente torna-se inseguro.

Após realizado os exames os resultados são disponibilizados e no S-RES do paciente eles são inseridos manualmente, geralmente o médico/enfermeiro, e isso tem certa insegurança uma vez que todos os dados do paciente desde a consulta com o profissional até o pedido são manuais. Qualquer data ou nome similar, como Paulo Sousa ou Paulo Souza (notem que um sobrenome tem S e o outro Z), descritos de forma errada podem impacta na transcrição ao S-RES e, consequentemente, apontar resultados errados ao médico. Mais uma vez a saúde do paciente pode ser comprometida por conta de todo o processo manual.

Os resultados são todos disponibilizados no prontuário físico onde qualquer profissional pode ter acesso sem qualquer tipo de registro de data/hora.

Com a implantação de um ERP os pedidos de exames/prescrições médicas são todos realizados diretamente no sistema onde já consta o paciente com nome, data de nascimento, idade, CPF, sexo e isso não precisa ser inserido manualmente porque na chegada do paciente à instituição a recepção abre uma ficha com todos os dados.

Se houver certificação digital o médico não precisa imprimir e assinar o pedido, mas caso não haja essa ação é necessário. Nesse ponto existe a vantagem de não ter erro com dados dos pacientes por estar informatizado.

Com a interoperabilidade entre os sistemas, ou seja, ao liberar a prescrição automaticamente o laboratório/CDI (caso a UPA ou o hospital tenham esse serviço) uma integração ocorre com envio dos dados do paciente e os exames solicitados para que as equipes se programem para o atendimento, seja ele de rotina ou urgência. Tudo isso fica registrado no S-RES com data, hora e usuário que solicitou.

Com os exames prontos os resultados são devolvidos ao S-RES e ficam disponíveis para consulta, sem qualquer tipo de papel, e o médico e demais profissionais envolvidos na atenção ao paciente têm acesso. O ganho, nesse ponto, é poder oferecer um gráfico com todo o histórico de exames do paciente. Por exemplo, no caso da creatinina se nos últimos tempos tem aumentado o valor o médico consegue ver através da curva e em uma tela, sem precisar consultar folhas e folhas de prontuário físico. Com isso pode orientar o tratamento e, provavelmente, indica-lo para uma consulta com o nefrologista.

Ao abordar o processo de solicitações de exames laboratoriais e de imagem temos inúmeros profissionais envolvidos que são: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, e psicólogos, todos no atendimento multiprofissional do paciente. Cito as recepcionistas e os biomédicos, pois os primeiros são responsáveis pela abertura da ficha do paciente e inserção dos dados pessoais e os segundos pela análise dos exames.

Em relação aos dados dos pacientes sempre cito nome, data de nascimento, endereço, telefone, CPF, sexo, nome da mãe e algum responsável em caso de necessidade de entrar em contato. Essas informações são sensíveis e devem constar no S-RES do paciente.

No tópico 2 foram citadas algumas situações algumas vantagens com uso do sistemas e uma das mudanças mais impactas, no meu ponto de vista, seria agilidade na elaboração do pedido médico/prescrição, além da assertividade nas informações uma vez que tudo está informatizado. Erros de datas e/ou nomes são minimizados em praticamente zero porque não há transcrição de informações para o papel.

Se o laboratório e o CDI estão na instituição onde o paciente é atendido ocorre a integração de informações entre sistemas e se ele for realizar em outro local, o médico imprime o pedido e não terá problemas como letra ilegível.

Além disso existe a segurança da informação, pois cada profissional tem seu próprio usuário e senha de acesso e com níveis de permissão previamente definidos pelos processos de cada local. Somente o médico pode realizar pedidos de exames e os demais profissionais da assistência ao paciente podem verificar o resultado no S-RES, onde cada acesso é devidamente identificado com data, hora e fica registrado.

Biomédicos do laboratório somente acessam exames laboratoriais enquanto aqueles do CDI apenas exames por imagem. Recepcionistas não têm acesso aos resultados, pois isso não compete às atividades exercidas.

No acesso ao S-RES, se necessário, a instituição pode definir que o usuário informe o motivo e somente após essa ação poderá verificar as informações. Os motivos são definidos por cada instituição e como exemplo podem ser “Administrativo”, “Auditoria Administrativa”, “Auditoria Médica”, “Processos assistencial” etc.

Do ponto de vista da T.I. com sistema informatizado um backup deve existir em caso de perda de dados ou qualquer problema no servidor principal. Ou seja, as informações dos pacientes permanecerão disponíveis após reestruturação do serviço enquanto sem sistema, se o prontuário for danificado as informações são totalmente perdidas.

O uso de sistemas de informações é benéfico do ponto de vista administrativo e assistencial, pois todas as informações são disponibilizadas em uma única ferramenta e o controle de acesso pode ser devidamente registrado como forma de segurança nos dados sensíveis do paciente.

Tudo isso de acordo com a SBIS e as normas praticadas no Brasil para segurança da informação do paciente.


Referências


Sistemas de Informação em Saúde < https://is6.uab.unifesp.br/pluginfile.php/1072/mod_resource/content/8/UAB%20IS%202017%20-%20Sistemas%20de%20Informa%C3%A7%C3%A3o%20em%20Sa%C3%BAde > Acessado em 10/10/2020.

Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde Versão 4.3, de 2019Arquivo https://is6.uab.unifesp.br/pluginfile.php/4842/mod_resource/content/6/Manual_Certificacao_SBIS-CFM_2019_v4-3.pdf > Acessado em 10/10/2020.

Atenção à Saúde < http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/atesau.html > Acessado em 10/10/2020.

Introdução à Interoperabilidade < https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2399/1/M%C3%B3dulo_1_EPING.pdf > Acessado em 10/10/2020.

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