O tatuador de Auschwitz
Recentemente tenho lido alguns livros sobre o nazismo, Segunda
Guerra Mundial e Stalin e por mais que pareçam histórias diferentes elas se
conectam por terem ocorrido basicamente na mesma época. Nem sempre são ótimas
histórias, muitas vezes terminam em finais trágicos, mas também têm algumas
situações interessantes, bonitas e até romances.
O livro "O tatuador de
Auschwitz" conta a história de dois judeus eslovacos, Lale Sokolov
e Gita Fuhrmanova, que viveram nos campos de concentração e o
destino os colocaram lado a lado, onde se apaixonaram mesmo com a situação de
prisioneiros, doenças, pouca comida e grandes chances de serem executados sumariamente.
Os eslovacos cediam cada vez mais
aos pedidos de Hitler e no país foi instituída a ordem que toda família judia
deveria entregar seu filho para trabalhar para os alemães. À época os judeus
não tinham permissão para trabalharem e isso soou como uma oportunidade. Lale
se apresentou para deportação onde muitos amigos de infância trabalhavam e eles que fizeram sua ficha. Nesse momento começou seu pesadelo, pois a viagem de trem ao
campo de concentração ocorreu em vagões superlotados, com brigas, gente doente,
surras, ameaças dos alemães que sempre portavam fuzis e mortes.
Já no campo de concentração ele conseguiu um "trabalho", digamos assim, de tatuador. Todo prisioneiro era identificado por um número marcado na pele e Lale era o responsável por isso. Foi assim que conheceu Gita que no momento de ser marcada deixou ele paralisado e, provavelmente, apaixonado.
Pelo trabalho que realizava ele
tinha contatos com muitos guardas e, em alguns casos, privilégios de conseguir
um pouco mais de ração, pedaços de pão e às vezes chocolate. Em suas voltas
pelo campo quando não tinha trabalho encontrava-se com Gita onde conversavam.
Ela chegou a ficar doente e ele, para que ela não morresse, dividia o pouco de
alimentação que conseguia.
Pela sua influência os guardas o
deixava em contato com ela, a sós, onde por pouco tempo conseguiam manter uma
relação de amor, como namorados, marido e mulher e apaixonados como estavam.
Mesmo diante das adversidades, sem saberem se viveriam, mantinham-se firmes e
fortes um pelo outro, por conta do amor mesmo sabendo do risco porque viviam em
alas diferentes no campo.
Gita trabalhava para a administração do campo onde os responsáveis, por vezes, abusavam sexualmente das prisioneiras e isso deixava ambos arrasados, além dos demais horrores e mortes presenciado ao longo do tempo em que estiveram presos.
O livro é uma ficção, com o romance como base, e tem o testemunho de um sobrevivente do Holocausto, mas não se trata de um relato dos eventos ocorridos nos campos de concentração. Com ótima narrativa prende o leitor que deseja chegar ao final da história o mais rápido possível para saber o que ocorreu com Gita e Lale em Auschwitz e no pós guerra. Um relato que vale à pena conferir por se tratar de superação, bondade e ter fé que as coisas iriam melhorar.
Ficha Técnica
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