As cidades secretas da extinta União Soviética

A Guerra Fria dividiu o mundo entre direita e esquerda e quase causou ataques com bombas nucleares entre Estados Unidos da América (E.U.A.) e a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Além disso corridas espaciais entre os países foram alçadas onde os soviéticos chegaram ao espaço primeiro, com o cosmonauta Yuri Gagarin, e os estadunidenses à lua com o astronauta Neil Armstrong.

Os E.U.A. tem até hoje a chamada Área 51 onde há uma base militar e testes com novas armas são realizados além de testes com novos tipos de aeronaves. Na Rússia atual ainda existem existem cidades que foram criadas antes e durante a Guerra Fria e na época mantidas fora do mapa por conta de testes com armas nucleares e outros projetos de extrema importância para que a U.R.S.S. se tornasse e se mantivesse como uma potência mundial.

A cidade de Diveievo (Дивеево), na região de Nijni Novgorod (Нижний Новгород), foi retirada do mapa durante a Guerra Fria e os habitantes que vivam nela selecionados pelo governo. Tudo isso por conta da corrida nuclear da época onde foram enviados profissionais como químicos e engenheiros. Nos dias atuais não é mais segredo a sua existência, mas os visitantes  precisam de autorização para entrar e sair dela. Os habitantes, cerca de 100 mil, tem autorização prévia para passar pelos postos de controle nas entradas e saídas.

Sarov

Por conta do rígido controle os visitantes precisam deixar seus celulares, câmeras e aparelhos eletrônicos em um local específico e depois seguir com o chefe de protocolo da empresa que os recebe onde são acompanhados por todo o tempo até a saída da cidade, pelo mesmo posto de controle por onde entraram.

Sob Stalin, de 1945 em diante, a U.R.S.S. decidiu investir em projetos ultrassecretos de tecnologia nuclear com com medo de ser atacado por outras potências e, também, não queria ser um país atrasado em relação aos demais. Cidades e parques industriais foram rapidamente construídos com trabalho dos campos de trabalhos forçados, que seria o mesmo que trabalho escravo. Os presos eram chamado de "contingente especial".

Sarov (Саров), ainda na região de Nijni Novgorod (Нижний Новгород), na época tinha seus supermercados abastecidos com mais produtos que as demais cidades e os moradores tinham melhores condições justamente porque não podiam sair de lá por que trabalhavam para as empresas estatais.

As pessoas selecionadas para viver nas cidades passavam por verificação dos antecedentes até a terceira geração e férias fora de Sarov e Diveievo eram proibidas na época. A cidade recebeu o codinome de Arzamas-16 e chama-la pelo nome era o mesmo que divulgar informações secretas. Isso, na U.R.S.S. de Stalin, era o mesmo que ser condenado à morte ou a ir para campos de trabalhos forçados.

Sarov sempre foi o centro do projeto atômico e outras cidades fechadas foram construídas em volta daquilo que chamavam de "empresa-cidade" para fornecer matéria prima e muitas delas ficavam nos Urais como por exemplo, Tomsk (Томск), que sob sigilo produzia urânio. Os prisioneiros comuns e os políticos eram obrigados a trabalharam na extração de minério  de urânio sem qualquer condição de segurança.

Diveievo

Após a queda da U.R.S.S. muita corrupção, máfia e crime aumentaram na Rússia e as cidades secretas permaneceram fechadas, coimo se estivessem livre desse mal e, também, como o último bastão da era comunista. As pessoas se adaptaram a viver dessa forma e muitos permanecem lá, como as gerações seguintes dos primeiros habitantes.

Atualmente existem empresas privadas nessas cidades e empregam os moradores que, em muitos casos, seguem a carreira dos pais ou estudam para atuarem nessas companhias., pois o nível de estudo é mais alto que no restante do país. Start-ups estão na região tem muito tempo e atuam com diversos segmentos de tecnologia onde encontram mão de obra capacitada nas cidades confinadas, que são ótimas para esse tipo de projeto. O nível de desemprego também é menor que nas demais cidades e isso ajuda as pessoas a não terem interesse em sair de lá.

Vale ressaltar que o estado não abriu espaço para empresas privadas. Ele se mantém lá e essas companhias são suas incubadoras que têm permissão de atuar na região através dos tecno parques. Um dos problemas é que apenas 12% das start-ups obtém sucesso nos projetos enquanto na Europa essa taxa está acima de 85%. O governo russo ainda tem muito que aprender na questão de desenvolvimento e usar o Vale do Sicílio como exemplo já é um ótimo caminho.

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