Mendoza: uma cidade bela e aconchegante

Por Thiago Marcondes

A cidade de Mendoza é a maior da província, que carrega o mesmo nome, e tem grande parte dos seus recursos financeiros provenientes do turismo por conta da produção de vinho e azeite, além de receber turistas no inverno que chegam para esquiar. Muitos pensam ser a principal fonte de dinheiro, mas isso não é verdade. A indústria petrolífera, através da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), atua fortemente na região e gera muitos empregos para os cidadãos.

Fundada em 1561 por Pedro de Castillo a cidade está localizada em uma região desértica. Em 1861 foi destruída por um grande terremoto e junto com ele grande parte dos edifícios coloniais. A reconstrução ocorreu em outra parte, chamada de "Cidade Nova" e o planejamento foi feito para sofrer menos danos quando ocorressem novos abalos na região.

Ao pé do Aconcágua e cercada pela Cordilheira dos Andes, a cidade é extremamente arborizada e as árvores foram plantadas para proteger a população do sol. Por ser uma região desértica não havia nada na região e todas foram trazidas de outros lugares da Argentina e do mundo.

Foto por Thiago Marcondes

O clima na região oscila e no verão ultrapassa os 25º enquanto no inverno a média está entre 7º e 10º. Ao longo do ano chove pouco, porém 2016 está atípico e quando cheguei na cidade havia chuva. De acordo com os moradores choveu por cerca de 10 dias, o que é bem recebido pelos moradores, pois em muitos momentos da história tiveram problemas hídricos.

A fonte de água da região vem das montanhas, que acumulam neve ao longo do inverno e com o desgelo os rios se enchem e alimentam a cidade. Em 2014 a temporada de frio foi fraca e houve pouca nevasca, que impactou fortemente na vida das pessoas. Economicamente dificulta para quem depende dos turistas para esquiar, pois as estações não foram abertas. Sem neve pouca água desce das montanhas e a cidade precisou racionar o uso para faltar.

A água que vem dos rios abastece toda a província e não serve somente para os moradores. As árvores precisam de irrigação para se manterem vivas e a solução foi construir canais para que regam as partes arborizadas da cidade.

Foto por Thiago Marcondes

Apesar de receber muitos turistas do mundo todo os cidadãos permanecem conservadores e tradicionais. Na Argentina é a única a manter a tradição da sesta e o comércio, de forma geral, trabalha das 08h às 13h e depois das 17h às 19h. Caminhar pelas ruas à tarde faz o turista acreditar estar num lugar sem pessoas e pouco se pode comprar, pois não há quase nada aberto.

Andar pela cidade, de dia ou de noite, é bem seguro. Os turistas devem tomar certos cuidados e não ter grandes somas em dinheiro, não abrir a carteira em qualquer local ou deixar as coisas à vista e de forma fácil para batedores de carteira. Fora isso, não tem o que temer (essa palavra me assusta por conta da atual situação do Brasil) e a viagem com certeza vai ser aproveitada.

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Comentários

Anônimo disse…
Belo texto!

Carlos
Geovan Sena disse…
Texto bacana, não conheço a cidade mas fiquei com vontade de visitar, o lugar parece ser muito agradável.

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