Nos E.U.A. os brancos fogem dos bairros com asiáticos

Fiquei um tempo sem postar no blog por conta da família, faculdade e uma especialização, além das aulas de russo, e isso me tomou um tempo largo, porém não parei de ler e me informar sobre algumas coisas como COVID-19, eleições municipais etc.

Na edição de número 158, mês de setembro/2020, da revista Le Monde Diplomatique Brasil tem um texto extremamente interessante e intitulado "Os medos dos brancos nos Estados Unidos" que mostra a fuga das pessoas de bairros nobres por conta da chegada de asiáticos.

No momento atual em que vemos cenas de racismo no Brasil e nos Estados Unidos, inclusive com a polícia que mata negros e atua de forma mais abusiva e agressiva, não seria uma surpresa essa notícia, ainda que me cause tamanho espanto.

Essas famílias têm abandonado bairros nobres, com ótimas escolas e totalmente seguros, e se mudam para outros distritos justamente porque querem manter sua hegemonia. Nos E.U.A. de hoje os asiáticos estão em ascensão por conta de cargos em empresas de tecnologia que oferecem ótimos salários e benefícios. Portanto, essas conseguem morar nos melhores lugares das cidades.



Os brancos, quando sentem a hegemonia ameaçada, mudam os conceitos de uma hora para outra. Antes acreditavam que os filhos deveriam focar nos estudos para conseguiram bolsas e acessos às melhores faculdades e a segunda geração de asiáticos, principalmente aqueles provenientes da China, na última década tiveram esse foco enquanto a classe alta viajava com os filhos em seus períodos de férias. Hoje essa geração está nas melhores escolas.

Por conta disso os estadunidenses mudaram o conceito e agora acreditam que manter seus filhos focados nos estudos e em programas de educação no período de férias os deixam introvertidos e longe de convívio social, algo não bom para eles e toda a família. Ao seguir nessa linha utilizam seus pontos fracos, digamos assim, e os apontam como suas forças. Agora não se limitam mais em resultados, mas valorizam a diversidade de interesses e buscam uma normalidade.

O sonho americano que todos viam como estudar, ter bom emprego etc já não é tão bem visto por essa classe branca, que por conta do crescimento dos asiáticos nas melhores instituições vêem isso como cerceamento que os impedem de seguir uma vida normal com ida ao cinemas, práticas de esportes e viagens.

Isso me lembra como os estadunidenses fizeram nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Por padrão, até aquele momento, o país mais vencedor era o que tinha mais medalhas de ouro e não a soma com prata e bronze. Os chineses tiveram 51 ouros contra 36 dos Estados Unidos, que no total obteve 110 contra  100 da China. Nesse momento falaram ser o país número 1 das Olimpíadas, ou seja, distorceram o ranking para benefício próprio.

Como sempre utilizam da cor da pele e do status de potência mundial para reverter conceitos, mesmo que de forma momentânea, para tirar proveito próprio. Isso tudo atrelado ao racismo de cor e raça, pois se julgam melhores que os outros em praticamente todas as circunstâncias.


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