O povo vai às ruas contra a corrupção. Mas ainda são poucos os indignados
"Quem tem nojo de política é governado por quem não tem" - Frei Betto
Por Thiago Marcondes
Dia 25 de janeiro de 2012, na avenida Paulista, ocorreu a Marcha Contra a Corrupção, movimento pque visava protestar contra os péssimos políticos brasileiros e e à favor do voto aberto no Congresso, Câmara e Senado. Ou seja, em todas as intâncias políticas do país.
No Brasil, como sabemos, o povo não tem o costume de ir às ruas cobrar seus direitos e dessa vez não foi muito diferente. Não tenho como afirmar a quantidade exata de manifestantes, mas acredito não ter passado de 500 pessoas no vão do Masp.
Jovens, mulheres, idosos e índios compareceram na Marcha com a intenção de lutar por uma sociedade sem corrupção, ou pelo menos diminuir muito a roubalheira, e também pelos ideais que cada um acredita. Não havia partidos políticos e tampouco os manifestantes começaram discussões entre posições políticas de direita, centro, esquerda ou seja lá o quê. Todos estavam unidos pelo objetivo de garantir a transparência dos políticos com o povo que o elegeu.
Não houve tumulto, mas foi possível fechar até 03 faixas da avenida no sentido Paraíso-Consolação. Tudo em acordo com a Polícia Militar e a C.E.T. O trânsito ficou parado, ou melhor, complicado e foi por uma causa justa. Muitos motociclitas e motoristas de carros e ônibus olhavam atentos para as faixas e o discurso entoado pelas pessoas, que solicitavam um buzinasso como forma de apoio à manifestação. A maioria atendia ao pedido, mas não dá para afirmar se realmente apoiavam ou se apenas queriam fazer bagunça.
A mídia não deu atenção ao ato. Aliás, a BAND, REDETV e SBT apareceram por lá, mas sequer tiveram repórteres à frente das câmeras. O câmera-man, profissional de jornalismo, captava o áudio e a imagem, gastou seu tempo na manisfestação e não sequer uma nota nas emissoras. A quantidade de manifestantes pode ter ajudado na decisão de não veicular nada sobre o assunto, mas existe a opção de se calar para não mostrar a reação do povo, que mesmo em pequeno número naquele momento, começou a se indignar e ir às ruas com a situação política do país.
A organização da Marcha, simbólicamente, entregou o troféu Algemas de Ouro 2011 para os políticos considerados mais corruptos no ano passado. A votação ocorreu via internet e José Sarney ficou em 1º lugar, com José Dirceu em 2ª colocação e Jaqueline Roriz (aquela da família de bandidos no Distrito Federal) em 3º lugar. Infelizmente os protagonistas não puderam comparecer para receber a premiação.
Um trio elétrico foi contratado e a banda "Pega Ladrão" tocou músicas como forma de protesto. Pedestres eram chamados para participar da manifestação assim como pessoas em restaurantes e bares na região, mas pareciam se preocuparem mais com a quantidade de cervejas que beberiam e como iriam para a casa, por conta da lei-seca do que propriamente com os problemas políticos. Uma frase do Frei Betto, publicada no texto "PAUTA 2012" da edição nº 178 da revista Caros Amigos explica a inanição da maioria: "Quem tem nojo de política é governado por quem não tem".
Para muitos o saldo da marcha foi negativa por conta da quantidade, digamos pífia, de manifestantes presentes. Porém, há o lado positivo da ação. Começamos a ver que nem todos são conformados com a situação e persistem em lutar e mostrar para os demais que somos roubados, ludibriados e feitos de bobos enquanto eles, os políticos, enchem os bolsos e realizam obras que nem sempre favorecem a maioria da sociedade. Quem sabe um dia a gente consegue algo como a praça Tahrir, no Egito.
Thiago Marcondes é Jornalista
No Brasil, como sabemos, o povo não tem o costume de ir às ruas cobrar seus direitos e dessa vez não foi muito diferente. Não tenho como afirmar a quantidade exata de manifestantes, mas acredito não ter passado de 500 pessoas no vão do Masp.
Faixas de trânsito fechadas durante a Marcha - Thiago Marcondes - 25/01/2012
Jovens, mulheres, idosos e índios compareceram na Marcha com a intenção de lutar por uma sociedade sem corrupção, ou pelo menos diminuir muito a roubalheira, e também pelos ideais que cada um acredita. Não havia partidos políticos e tampouco os manifestantes começaram discussões entre posições políticas de direita, centro, esquerda ou seja lá o quê. Todos estavam unidos pelo objetivo de garantir a transparência dos políticos com o povo que o elegeu.
Não houve tumulto, mas foi possível fechar até 03 faixas da avenida no sentido Paraíso-Consolação. Tudo em acordo com a Polícia Militar e a C.E.T. O trânsito ficou parado, ou melhor, complicado e foi por uma causa justa. Muitos motociclitas e motoristas de carros e ônibus olhavam atentos para as faixas e o discurso entoado pelas pessoas, que solicitavam um buzinasso como forma de apoio à manifestação. A maioria atendia ao pedido, mas não dá para afirmar se realmente apoiavam ou se apenas queriam fazer bagunça.
Cartazes eram feitos durante o protesto - Thiago Marcondes - 25/01/2012
A organização da Marcha, simbólicamente, entregou o troféu Algemas de Ouro 2011 para os políticos considerados mais corruptos no ano passado. A votação ocorreu via internet e José Sarney ficou em 1º lugar, com José Dirceu em 2ª colocação e Jaqueline Roriz (aquela da família de bandidos no Distrito Federal) em 3º lugar. Infelizmente os protagonistas não puderam comparecer para receber a premiação.
Sarney ganhou, mas não compareceu - Thiago Marcondes - 25/01/2012
Um trio elétrico foi contratado e a banda "Pega Ladrão" tocou músicas como forma de protesto. Pedestres eram chamados para participar da manifestação assim como pessoas em restaurantes e bares na região, mas pareciam se preocuparem mais com a quantidade de cervejas que beberiam e como iriam para a casa, por conta da lei-seca do que propriamente com os problemas políticos. Uma frase do Frei Betto, publicada no texto "PAUTA 2012" da edição nº 178 da revista Caros Amigos explica a inanição da maioria: "Quem tem nojo de política é governado por quem não tem".
Para muitos o saldo da marcha foi negativa por conta da quantidade, digamos pífia, de manifestantes presentes. Porém, há o lado positivo da ação. Começamos a ver que nem todos são conformados com a situação e persistem em lutar e mostrar para os demais que somos roubados, ludibriados e feitos de bobos enquanto eles, os políticos, enchem os bolsos e realizam obras que nem sempre favorecem a maioria da sociedade. Quem sabe um dia a gente consegue algo como a praça Tahrir, no Egito.
Thiago Marcondes é Jornalista
Comentários
Prometo que ficarei mais atento da próxima vez e quem sabe possa engrossar um pouco essa "massa". Sempre fui favorável a esse tipo de manifestação e já fiz passeatas ou marchas para exigir uma condição de vida melhor, até descobrir que isso era uma utopia. Mas não é utopia nos levantarmos contra a corrupção que assola este país. O grito de guerra tem que ser um só, em minha modesta opinião: BASTA!
Abraços
Ivan