Quito: primeira impressão

O Equador é um dos países mais visitados da América do Sul, porém pouco desfrutado pelos brasileiros

Por Thiago Marcondes

A decisão de vir ao Equador aconteceu por conta da vontade de aperfeiçoar o idioma em um intercâmbio de vinte dias e, também, pelo custo x benefício de viajar pelo país. Houve a ideia de ir para a Espanha porque depois de finalizar o curso seria mais fácil visitar outros países por conta da distância, mas a vontade de conhecer a América do Sul foi mais forte.

Cheguei em Quito, junto com minha esposa, tem pouco mais de 24h e nesse tempo foi possível ter uma impressão da cidade, do povo e das coisas por aqui. O aeroporto fica longe do centro da cidade e no trajeto foi possível constatar que ainda existem estradas com péssimo asfalto e curvas sinuosas, com subidas e descidas, para chegar ao destino final. Em contra partida a cidade está em evolução e vi obras para melhoras as avenidas e tem a construção do metrô.

Como toda grande cidade da América do Sul existem lugares modernos e ricos, antigos e mais pobres e as periferias. No caminho do aeroporto ao centro acredito ter visto um pouco de tudo e para o viajante que vem pela primeira vez pode se desanimar um pouco, caso as expectativas sejam altas. Porém, ao chegar ao centro da cidade, no meu caso tudo mudou.


Centro Histórico de Quito
Calle Chile

Aluguei uma casa bem no centro de Quito, pois a escola fica a cinco minutos a pé e, também, li que a região foi revitalizada e existem muitos mochileiros por aqui. Não chega a ser algo extremamente turístico, mas existem hostels e os restaurantes próximos têm preços justos e comida barata.

Depois de mais de nove horas de avião, com conexão no Panamá, precisava almoçar e o restaurante La Exquisita foi indicado pelo dono da casa. Solicitei o almoço que contém sopa de entrada, prato principal (arroz, frango, salada, batata e abacate), suco de tomate de árbol (fruta típica na Colômbia e Equador) e sobremesa. Tudo isso por apenas US$ 3. A comida é ótima e o restaurante agradável. Muitos podem pensar que deve ser algo conhecido como "sujinho" por conta do preço, mas se minha esposa comeu numa boa a maioria também come.

A primeira volta pelo centro da cidade trouxe algo extremamente inusitado: nos semáforos são vendidos sorvetes de massa. As meninas vão até a sorveteria e voltam para as ruas com três ou quatro casquinhas nas mãos para vender. O melhor disso: como não está uma época de calor o sorvete não derrete.

Na rua dos hostels existem vários restaurantes e bares e um dos mais visitados é o Café San Blas, com massas e pizzas, e os preços variam entre US$ 4 e US$ 7. Apenas a pizza grande tem o valor de US$ 15 e o refrigerante ou cerveja por menos de US$ 2.


Café San Blas
Café San Blas

Lugares para tomar café da manhã não faltam e têm desde o mais simples até aqueles preparados para os turistas. Dessa vez escolhi a última opção e na Plaza Grande, ainda no centro, comi um pão com queijo branco, ovos mexidos, uma xícara de café (que pode ser com leite) e um copo de suco. Valor US$ 3.50. Com esse dinheiro é possível fazer uma refeição ou outro restaurante, mas valeu à pena pelo lugar e, como disse, é algo onde os turistas vão.


Plaza Grande
Plaza Grande

Ainda não posso definir a receptividade dos equatorianos com turistas, mas afirmo que não são totalmente secos ou arredios. Nos ônibus, nas ruas, mercado e no estádio de futebol sempre que necessitei de informações as obtive, mas foram simples e objetivos. Nesse aspecto sinto que os colombianos são mais calorosos, mas ainda tenho mais 29 dias para saber mais sobre o povo.

A temperatura em Quito varia muito ao longo do dia. Entre 11h30 e 12h30 teve um sol forte e um grande calor, seguido de uma pequena garoa, frio e vento. O melhor mesmo é estar preparado para qualquer tipo de situação.

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Comentários

Faguiner Dias disse…
Pode ter certeza que Quito entrou em uma das cidades que pretendo conhecer!

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