Comércio de armas movimentou bilhões em 20 anos

Conflitos ocorrem ao redor do mundo e muitas vezes não há controle sobre a compra e venda de armamentos

Por Thiago Marcondes

O comércio de armas no mundo movimenta bilhões de dólares, legalmente e ilegalmente, e muitas empresas e pessoas lucram com a morte de inocentes e o financiamento de guerras mundo afora.

Em alguns países do mundo, como nos Estados Unidos da América, tem legislações separadas por estados e em alguns deles há uma flexibilização para a compra e o porte de armas. No documentário "Tiros em Columbine", de Michael Morre, é possível ver que um banco oferece como brinde uma arma para quem abrir uma conta.

No Brasil a legislação para porte de arma não facilita a vida de quem deseja realizar a compra, pois a pessoa precisa apresentar uma série de documentações e a Polícia Federal tem enorme burocracia na liberação. Existe um projeto de lei para flexibilizar o acesso com a diminuição da idade de 25 para 21 anos além do fim da exigência de uma justificativa.

Os defensores do porte de arma alegam que uso deve ser para legítima defesa, ou seja, em caso de assaltos na rua, casa ou tentativa de sequestro. Aqueles que são contra afirmam que a violência pode aumentar por conta de briga de trânsito, discussão com vizinho por problemas no condomínio ou até mesmo quando seu time favorito perder um campeonato ou o jogo para um rival.


O porte de armas não torna a sociedade mais segura, mas sim medrosa pelo fato de nunca saber quem porta ou não. A proibição, ou legislação mais dura em relação ao processo para adquirir uma arma, serve para trabalhar na sociedade que as coisas não devem ser resolvidas com violência, mas sim na base da educação da sociedade.

Até o mundo mineral sabe que nenhum país vai conseguir reduzir a violência ao nível 0, porém não é com armas que a situação vai melhorar. Nos Estados Unidos sempre há casos onde um indivíduo obteve uma arma legalmente e atirou a esmo para matar quem estivesse em sua frente. O filme "O Senhor das Armas" retrata bem a situação sobre o comércio ilegal de armas e como esse mercado ilegal funciona na manutenção de conflitos ao redor do mundo.

Por conta de toda essa situação o Instituto Igarapé, junto com o Peace Research Institute, lançou em 2012 um projeto chamado MAD (Mapping Arms Data) com informações sobre a compra e venda de armas no mundo durante o período entre 1992 e 2011. O aplicativo tem mais de 35 mil registros de exportações e importações de munições e armas leves feitas por diversos países.

Ao realizar uma pequena pesquisa sobre os países do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidas, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia) e do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul obtivemos o seguinte resultado, em dólares, de importação e exportação de armas civis e militares, munição e outras não especificadas.


País             Exportação              Importação
África do Sul 6.290.000 33.180.000
Alemanha 356.130.000 175.845.000
Brasil 483.535.000 11.695.000
Canadá 77.980.000 301.605.000
China 112.340.000 9.695.000
Estados Unidos 820.300.000 1.573.555.000
França 37.020.000 147.020.000
Itália 420.845.000 43.580.000
Índia 13.500.000 26.960.000
Japão 64.085.000 18.705.000
Reino Unido 115.610.000 129.970.000
Rússia                         Não há informações disponíveis


Para obter as informações o leitor pode acessar o link "http://nisatapps.prio.org/armsglobe/index.php" e navegar. Existe a possibilidade de selecionar o país ou pode clicar em qualquer um disponibilizado no globo.

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Comentários

Anônimo disse…
Como testo já diz comercio, e só isso que as pessoas ver sobre produtos.
O porte de arma deve ser dificultado sim, e se o pais for como Brasil que a impunidade e clara, mais ainda.

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