Greve dos metroviários não resolve o problema do transporte

O sindicato luta apenas pelos funcionários e se esquece da necessidade da população

Por Thiago Marcondes

Os metroviários de São Paulo resolveram fazer greve no dia de hoje, 23/05/2012, para reivindicar alguns direitos como aumento no ticket refeição de R$ 19,50 para R$ 23,00 e aumento salarial.

Ainda não há solução final para saber se a greve continuará ou não, mas um fato concreto é que a cidade de São Paulo está um caos e muitas pessoas não conseguem (e nem conseguiram ainda!!!) chegar ao local de trabalho. O trânsito bate recorde no ano de 2012, pois o fluxo de carros aumentou (como se já não fosse grande o suficiente) por conta da falta de transporte público. Na zona leste, especificamente na av. Radial Leste, começou uma manifestação por conta da situação e a tropa de choque da polícia militar precisou intervir com a "sutileza" de sempre

A greve é um direito do trabalhador, mas todos os anos os metroviários usam-na para conseguir aumentos e benefícios. Consequentemente prejudicam a população em suas rotinas diárias. Na maioria dos casos, os grandes punidos são os trabalhadores que, por conta do capitalismo alucinado dos patrões, devem chegar ao trabalho custe o que custar.

Muitos sequer saíram de casa por conta da confusão que seria para conseguir chegar ao local de trabalho. Os atrasos já chegam a ser de 04 horas e, de acordo com a rádio CBN, alunos perderam provas nas escolas e faculdades.

Reivindicar os direitos é algo muito bonito, desde que haja um bom motivo para os funcionários de metrô e ótimas consequências para a população. No atual momento o sindicato dos metroviários pensa somente na própria situação e parece não dar importância às condições do transporte coletivo superlotado e que não atende à demanda.

O povo está certo em protestar, mas não adianta partir para a violência. O primeiro protesto pode (e deve ser) através do voto e, posteriormente e com regularidade, manifestações para reivindicarem os direitos para obter melhores condições no transporte coletivo. Nada de parar a avenida Paulista. O negócio, para dar certo, é ir ao Palácio do Governo, à sede da Prefeitura, Assembléia Legislativa e por aí vai. Quem sabe um dia a gente se conscientize e chegue lá.

Thiago Marcondes é Jornalista e nunca fez greve, mas já participou de manifestações

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