Eleição e corrupção andam lado-a-lado

O povo nada faz para cobrar as promessas e a impunidade permanece em praticamente todas as esferas

Por Thiago Marcondes

O ano de 2012 para os mais de 5000 municípios brasileiros será repleto de campanhas políticas para pedir votos nas eleições onde serão eleitos que ficarão no comando das cidades até pelo menos 2016. Muito dinheiro está envolvido no financiamento e, como se sabe e nem sempre se divulga, as empresas que fazem doações sempre almejam alguns contratos durante a futura gestão.

Em ano de eleições o que geralmente costuma aparecer na mídia são casos de corrupção, chantagens, escândalos e quaisquer atributos que façam os candidatos caírem em descrédito com os eleitores. Quem está no poder quer ser eleger novamente ou então emplacar seu candidato. A oposição almeja alcançar o cargo de prefeito para realizar as melhorias que as cidades necessitam, ou que eles dizem é claro. Para isso usam várias artimanhas e não se sentem envorgonhados de nada, pois o importante mesmo é vencer à todo custo.

Candidatos, políticos e aspirantes ao cargo vão às comunidades falar com os pobres, comem um botecos e feiras livres, visitam igrejas católicas e evagélicas, mesquitas, sinagogas e quaisquer templos considerados religiosos para angariar votos. Almoçam com empresários de vários seguimentos e nem ao menos se dão ao trabalho de avaliarem o tipo de pessoa que os apóiam. Mais uma vez friso aqui que o mais importante é chegar ao poder seja como for e custe o que custar.

Eles lutam por meio-ambiente, melhorias no transporte público, educação, saúde, saneamento básico e prometem mundos e fundos. Porém, ao chegarem ao poder não fazem praticamente nada e tampouco são cobrados pelo povo. Aliás, quando têm a intenção de fazer algo bom para as pessoas as bancadas nos plenários arrumam uma forma de não deixar o projeto ir à frente. A sociedade nada faz além de reclamar durante anos e anos. Tampouco se manifesta sobre o problema e quiçá lembra-se o nome do vereador em que votou na última eleição.

Talvez seja pela falta de vontade popular em cobrar as ações prometidas, explicações para os escândalos e a punição, quando compravada a corrupção, faz com que os políticos virem as costas para o povo após se elegerem. Sabem que não sofrerão retaliações e, por isso, continuam a vida numa boa como se nada tivesse acontecido.

Falta ao povo educação/informação suficiente para votarem conscientes e uma memória boa (em informática seria uma memória Geil Enhance Corsa 32GB PC10666) para sempre se lembrarem dos péssimos políticos eleitos. Assim, nas eleições seguintes o povo poderia virar as costas para eles também.

Thiago Marcondes é Jornalista

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