A tensa e conflituosa Líbia

A vontade do povo em realizar mudanças na sociedade é essencial. Porém, sem o apoio de agentes externos a força, opressão e banho de sangue infelizmente podem vencer

Atualizado em 17/03/2011 às 22h37m.

No mundo árabe, em países situados no continente africano, recentemente presenciamos a queda dos ditadores da Tunísia (Bem Ali) e Egito (Hosni Mubarak). Mas ainda há mais nações que permanecem em com protestos na luta por mudanças políticas em sua sociedade como Argélia, Marrocos (com menos intensidade) e a tão noticiada Líbia, governada por Muamar Gadafi.

No começo dos protestos contra o governo de Gadafi, que controla o país com maõs-de-ferro, dizia-se que o final da história seguiria a mesma linha dos vizinhos africanos e que a ditadura cairia. Assim o povo sairia vitorioso e a democracia seria instalada na nação aos poucos, conforme rege a cartilha estadunidense pelo mundo à fora.

Os rebeldes, também conhecidos como opositores do regime, ganharam espaços em grandes cidades. Porém, na última semana o governo líbio intensificou os ataques aéreos, com armamento pesado e, de acordo com os jornais, já retomaram granda parte do território que estava perdido.

O país tinha (ou ainda tem) o apoio do governo estadunidense assim como as ditaduras egípcias e tunisianas. Os Estados Unidos se declaram contra Egípcio e Tunísia e disseram que a democracia e a vontade do povo deveriam ser aceitas e respeitadas. No caso líbio a situação foi parecida, mas ainda não vimos a Casa Branca dizer explicitamente o que pensa e deseja em relação ao assunto.

Os periódicos informaram que uma intervenção militar poderia ser feita, mas a O.N.U. (Organização das Nações Unidas) não teve conclusão alguma sobre o assunto. Enquanto isso, a oposição líbia diz que um banho de sangue e uma guerra cívil no país pode começar caso não exista uma ajuda internacional, apesar de já existir a idéia de rendição dos rebeldes por acreditarem não ter chances de vitória.

O governo estadunidense, ao que tudo indica, prega cautela quanto um intervenção militar na Líbia. Apesar de o país africano ser rico em petróleo, a Casa Branca parece não querer vivie a mesma situação do Iraque, onde a invação fará 08 anos e com um saldo bem negativo, assim como no Vietnã.

O conselho de segurança da O.N.U., quintal dos Estados Unidos para brincar de comandar o mundo, não decide nada e, mesmo se fizer, deve ter o aval da Casa Branca. Caso contrário ficará de mãos atadas. Enquanto isso, milhares fogem ou são expulsos de suas casas, vidas são perdidas e tudo fica por isso mesmo.

Nota: De acordo com o sítio do jornal espanhol "El País" a O.N.U. autorizou o ataque à Líbia. Atualizado em 17/03/2011 às 22h38m.

Comentários

Anônimo disse…
Meu caro Thiago,
E pensar que anos atrás a Líbia foi bombardeada pelos Estados Unidos! É tudo um jogo de interesses, onde a matança é tolerada quando ajuda nos interesses econômicos.
Um governante que manda matar seu próprio povo com ataques aéreos só pode ser um louco egocêntrico que pensa apenas em manter-se no poder, mesmo que não haja mais povo para governar.
A ONU não serve para nada, quem manda lá são os Estados Unidos. A ONU é como se fosse um Diretório Acadêmico de uma dessas faculdades vagabundas que estão por aí. Fala, fala, fala, mas nada resolve.

Abraços
Ivan
Correu no mercado financeiro no dia de hoje que a Otan iria intervir na Líbia e que a França seria o primeiro país a lançar ofensiva militar contra o regime de Kadafi.

Abs,
Carlos (Econocratum)
Mais uma vez há a intromissão de outros
países num conflito interno. Não tenho simpatia
por Kadafi, mas...os jogos de interesses têm
pouco a ver com o ser humano e os seus direitos.
Um abraço

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