O troca-troca de Kassab
Atual prefeito de São Paulo, que apoiou o tucanato nas últimas eleições presidenciais, rompe com o P.S.D.B para criar seu próprio partido
Gilberto Kassab apareceu para a sociedade exatamente quando aceitou ser candidato à vice-prefeito da cidade de São Paulo, na chapa de José Serra, para as eleições do ano de 2004. Porém, sua imagem ficou realmente conhecida ao assumir a prefeitura logo após a renuncia do tucano, em 2006, para disputar a presidência da república e amargar sua 1ª derrota para o P.T.
Tudo indicava que Kassab ficaria somente até o final do mandato e abriria espaço para Geraldo Alckmin dar sequência no projeto tucanato para a cidade, mas isso não ocorreu e as primeiras desavenças entre ele, do Democratas (DEM), e a turma do P.S.D.B. começarem a surgir. O DEM acreditava nas chances de vitória se lançasse uma canditatura própria e, para isso, bateria de frente com aqueles que o lançaram ao poder.
Como se diz por aí, o DEM confiava em seu taco e no 1º turno das eleições do ano de 2008 conseguiu mais votos que Alckmin. Foi para o 2º turno e disputou o cargo de prefeito com a candidata do P.T., Marta Suplicy, que naquele momento tinha mais intenções de voto e tudo indicava que seria eleita.
Ao final do pleito o candidato do DEM saiu vitorioso, mais forte politicamente na cidade e, também, com cargo de prefeito. Mesmo que tenha disputado o apoio de Serra contra Alckimin durante a prévia e toda a campanha eleitoral alcançou seu principal objetivo.
Sempre direitista e liberal, Kassab e seu partido acompanharam os tucanos (e vice-versa) até poucos dias atrás. Inclusive, nas últimas eleições apoiaram os candidatos José Serra para presidente e Geraldo Alckimin para governador de São Paulo. O 1º foi derrotado e viu o Brasil ter a 1ª presidente de sua história, Dilma Rousseff, enquanto o 2º saiu vitorioso e manterá a hegemonia do P.S.D.B no governo do Estado.
Atualmente, por divergências políticas, Gilberto Kassab resolveu sair do Democratas e fundar seu próprio partido, o P.S.D. (Partido Social Democrático), para dar continuidade em sua vida política com um rumo diferente, mas o DEM manterá o apoio aos tucanos
Sair de um partido por divergências políticas não é novidade para a sociedade e acredito que seja bom para a política e democracia do país. O maior problema, agora, é que Kassab fundou seu novo partido e tudo indica que seu apoio não será para os tucanos, mas sim para os petistas. Tal atitude mostra somente que os políticos, cada vez mais, estão interessados em manter-se no poder e quase em nada com a sociedade que os elegem e os mantém em seus cargos.
No cenário político brasileiro a coisa não muda muito e vimos que Lula, Sarney (Honorável Bandido) e o Collor juntos em Brasília até 2010. Porém, em 1989, nas primeiras eleições livres para presidente eles eram rivais e durante os anos 90 um não podia escutar nada do outro.
Maluf com os petistas, depois com os democratas, depois com os tucanos e vice-versa. Houve casos em cidades onde petistas apoiaram tucanos e o contrário também ocorreu. A política e o futebol andam lado-a-lado e estão cada mais parecidos.
Defender rivais não é mais um problema e já virou algo comum desde que o próprio bolso esteja cheio. Enquanto isso, aqueles que sofrem com seus atos ficam à mercê da sociedade e sempre à espera de melhoras na saúde, transportes, educação e emprego.
Comentários
Se os políticos não são fieis aos partidos pelos quais se elegeram, jamais serão para o povo que os escolheram.
Saltitam...saltitam...sempre à espera de mais
poder.É assim em todo o lado.
Bj./Irene