A fraca democracia na Costa do Marfim
O continente africano ainda tem muito em que aprender quando eleições diretas são disputadas em suas nações
A Costa do Marfim, país conhecido pelo grande jogador de futebol Didier Drogba e por ter enfrentado o Brasil na Copa do Mundo de 2010 (a primeira em solo africano), na última semana teve eleições diretas para presidente e com chances concretas de que a oposição venceria.
Na África existem casos em que isso ocorre e rapidamente o governo alega que não reconhecerá a derrota e indica que fraudes podem ocorrer durante a contagem dos votos. Dessa forma se mantém no poder e, em algumas situações como no Zimbábue, formalizam uma coalisão com os opositores para governarem.
O primeiro resultado das eleições foi de 54% para Alassane Ouattara , da oposição, contra 46% para o atual presidente Laurent Gbagbo. Entende-se que uma vitória para a democracia foi constituída no continente. Mas a situação não parou por aí.
A base governista recorreu sob a alegação já citada (fraude na contagem dos votos) e solicitou a corte a recontagem. Fiel ao seu presidente, os juízes deram resultado para Gbagdo como 51% contra 49% de seu opositor Ouattara.
O país viveu sobre uma forte guerra cívil entre 2002 e 2004 e parte da nação, mais especificamente o norte, foi controlada por rebeldes. Drogba, jogador do Chelsea, foi ao país e conseguiu que os conflitos fossem cessados. De forma clara o esporte contribuiu para a paz, mas que ninguém sabe se ela acabará no momento.
No sábado protestos na capital Abidjan começaram à favor da oposição que claramente obteve a vitória conclamada e depois alterada. Eleições e candidaturas canceladas já foram vistas na África, mas a divulgação de um resultado e depois o cancelamento é a primeira vez.
Relativamente o país crescia e se tornava uma economia forte na região, mas com os últimos acontecimentos há o temor de uma nova guerra cívil ser implantada na Costa do Marfin e, consequentemente, prejudicará as nações à sua volta.
O ex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, está na Costa do Marfin para mediar a situação. Porém, não se sabe que tipo de influência ele tem com ambos os lados da situação. Agora só resta esperar e torcer para que uma nova guerra não ocorra. Pois nesse casos somente a população tem a perder.
Sítios onde encontrar notícias sobre a Costa do Marfin
Blog Pé na África: http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/
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