Conflito religioso mata cerca de 30 na Nigéria

Divergência religiosa impede que país cresça economicamente e se torne um modelo na região e, também, no continente

No último domingo, dia 26/12/2010, a Nigéria foi palco de confrontos entre muçulmanos e cristãos que resultou na morte de ao menos 30 pessoas e deixou inúmeros feridos.

Muitos podem pensar que o fato ocorreu porque os cristãos comemoraram o nascimento de Cristo, ou seja o Natal, no dia 25/12. Porém, esses conflitos ocorrem há vários anos e a violência parte de ambos os lados.

A Nigéria tem sua população dividida entre cristãos e muçulmanos, mas é claro que existem pessoas com seguem outras crenças. Esses confrontos ultrapassam as barreiras religiosas e entram no campo político.

Se o presidente é cristão (a maioria deles vivem ao sul) o vice-presidente tem de ser muçulmano (majoritariamente o norte) e vice-versa. Porém, essa divisão de poder não auxília na paz e grupos islâmicos querem impor a sharia na sociedade.

Por outro lado os cristãos querem um estado laico (mas com pouca tolerância em relação ao Islã) e no interior da Nigéria atacam aldeias de maioria muçulmana com sempre com o discurso de apenas se defenderem.

O país é rico em petróleo e, junto com a Costa do Marfim, poderiam crescer e ser uma das maiores economias do continente junto com a África do Sul. Porém, sua desestabilização político-religiosa influencia nos resultados da nação.

A O.N.U. e os Estados Unidos gostam de intervir em países com guerras, de maioria muçulmana e com petróleo. Porém, no caso nigeriano parece que não há olhos para a situação.

Uma nação que não é governada por um ditador como o Iraque (antes da invasão em 2003), mas que tem situações similares merece um pouco mais de atenção já que sua população morre em uma guerra político-religiosa. Aliás, mais religiosa que política.

Mais uma vez vemos nações africanas jogada à própria sorte e sem auxílio estrangeiro para solução de seus problemas. Ruanda e Somália (esse último permanece nos dias atuais) são os casos mais emblemáticos do esquecimento do mundo com a população africana.

Até quando isso? Ninguém sabe!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nos E.U.A. morar em trailer não significa ser viajante ou rico

Vida de Pasteleiro

Beasts of No Nation: um choque de realidade