China: extração de minério pode causar conflito comercial

O mundo, mesmo antes da pandemia do COVID19, via os Estados Unidos da América e a China protagonizarem momentos de incerteza e questionamentos por serem potências mundiais e terem intenção de influenciar outras nações. Economicamente ocorreram barreiras de ambos os lados, mas nada que tenha afetado a economia mundial drasticamente.

Os chineses produzem muitas coisas e vendem a preços viáveis aos demais países, inclusive o Brasil, que importa diversos produtos. A China, inclusive, nos desbancou como o maior parceiro comercial dos argentinos em 2020. Durante a pandemia os asiáticos, primeiro país a ser atingido pela doença, conseguiu praticamente dominar o comércio de respiradores no mundo ao vender para inúmeras nações, mas economicamente não é apenas isso que os fortalecem.

As chamadas "Terras-raras", são 17 minérios indispensáveis para a fabricação de produtos de alta tecnologia como celulares, computadores, energia eólica, carros elétricos e na indústria de defesa, tem grande parte de sua extração realizada pelos chineses em suas usinas. Não chega a ser um monopólio, mas mesmo com sua abundância eles ainda compravam de outros países.

Brasil e Estados Unidos, por conta desse potencial chinês, incentivam a extração desses minérios, mas ainda não estão avançados como os chineses e nisso eles têm larga vantagem econômica. O Japão possou por momentos de incerteza quando um barco chinês de pesca foi apreendido em 2010 e a China parou de comercializar as terras-raras para eles, o que causou certo pânico nos mercados mundiais.

Jiangxi, província com indústria de mineração

Dona de 90% da exportação mundial em 2010 os chineses aumentaram tarifas e restringiram as vendas aos demais países em 30 toneladas anuais. Isso fez que E.U.A. e outras nações levassem empresas para o território chinês onde investiram e empregaram seus cidadãos. A OMC (Organização Mundial do Comércio) a condenou, mas era tarde demais e eles estavam com o poder de barganha e negociação com o resto do mundo.

As empresas estrangeiras para atuarem em solo chinês obrigatoriamente tiveram, a ainda têm, que transferir tecnologia e por conta disso hoje a China tem capacidade de extrair, separar, refinar e transformar as terras-raras para exportação.

Economicamente isso é extremamente viável aos chineses, pois a qualquer momento podem impor barreiras comerciais e reduzir a exportação. Os E.U.A. não querem depender deles, mas no momento ainda não estão aptos a realizar todo o processo da cadeia de mineração para se auto-sustentarem. Do ponto de vista ecológico, para a China, nem tudo está em um bom patamar porque a mineração tem causado diversos impactos ambientais.

Lagos estão poluídos, pessoas envenenadas por ácido sulfúrico e os lugares onde as minas são instaladas são conhecido como "Vilarejos do câncer" por conta do aumento da doença nos trabalhadores e demais cidadãos. O governo chinês não tem conseguido justificar e apontar os pontos positivos da extração por conta dos problemas de saúde e ambiental.

O mundo aguarda os novos capítulos sobre essa questão, pois cada vez mais as pessoas utilizam a tecnologia para tudo e as terras-raras, como visto, são essenciais para isso. Se houver conflito econômico todos podem ser prejudicados, além do meio ambiente e da saúde da população chinesa que já estão afetadas.


Fonte: A guerra das terras-raras vai acontecer?

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