COVID19: falta solidariedade e sobra egoísmo?

Doença contaminou milhares, matou muitos e ainda está em sua curva ascendente. Principalmente nos E.U.A. e na América do Sul

Por Thiago Marcondes

A pandemia do COVID19 teve seu início na cidade chinesa de Wuhan onde inúmeras pessoas adoeceram e morreram por conta da doença. Em muitos casos estavam no chamado grupo de risco, com patologias pré-existentes e/ou idosos. O governo chinês atuou rápido para que a doença não se espalhasse por todo o território, mas não foi suficiente para que não atingisse o mundo todo.

No início muitos atribuíram como uma doença da classe alta porque sua transmissão para pessoas de outros países ocorreu através daqueles que viajavam à trabalho ou lazer. 
Na Europa o países mais críticos são Itália e Espanha, que demoraram a tomar uma atitude em relação ao isolamento das pessoas. Junto disso acredita-se que a partida entre Atalanta (ITA) contra o Valência (ESP) em 19/02 foi o epicentro, pois haviam 40 mil pessoas nos estádio. Pouco se imaginava que chegaria aos mais pobres. Aliás, muitas vezes foi pensado que dificilmente chegaria à América do Sul, mas chegou!

Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador e e os demais países estão com casos e, de acordo com aquilo visto na mídia, nós e os equatorianos estamos em situação mais grave. Aqui, como lá, o governo decretou isolamento social. Ou seja, não deve existir aglomerações para não ocorrer a transmissão em massa e, assim, não colapsar os sistemas de saúde.

Dice form the expression "stay home, stay safe".

No Brasil essa atitude partiu dos governadores e no Equador, aparentemente, do presidente e os prefeitos das cidades. Em Guayaquil está um caos porque muitos não respeitaram a quarentena a agora as pessoas embalam corpos em sacos plásticos em casa. Claro existe a questão do clima, pois a cidade é muito quente e nas periferias não conseguem permanecer nas residências por conta do calor. Mas aqui, em breve, muito em breve, as periferias começarão a sentir os efeitos da doença através do contágio.

Em todos os lugares existem redes de solidariedade de pessoas para se ajudarem, pois são muitos os trabalhadores autônomos (pessoa jurídica) e informais que precisam trabalhar todos os dias. Defendo o isolamento social e, também, que o governo atue para ajudar essas pessoas de alguma forma para que não transmitam e não sejam transmitidas pelo corona.

Também existem pessoas egoístas porque conseguem trabalhar de casa, mantém o emprego e praticamente fazem tudo normalmente. Compram e estocam o que podem e sequer olham para o próximo. Não estou no grupo dos egoístas, mas tenho o privilégio de trabalhar de casa e produzir igual ou mais como se estivesse in loco.

Comprar no mercadinho da vila, na quitanda ou na farmácia sem ser de uma grande rede ajuda a manter os comércios abertos. Aliás, muitos desses pequenos comércios entregam as compras em casa. Ou seja, eu, você ou qualquer outra pessoa sequer precisa ir até o local. Basta ligar, dizer o que precisa e pagar com o cartão, pois levam a máquina até sua casa. Aqui fazemos isso, que é pouco, mas um começo.

Diante de tudo isso vejo que a atitude de alguns governos, principalmente dos EUA (lí que a Turquia também agiu dessa forma), de receber em seus portos navios com equipamentos médicos que iriam para outros países e, digamos assim, confiscá-los para uso próprio é de tamanho egoísmo e não vejo como isso pode ajudar nesse momento tão crítico no mundo.

Alguns vão dizer que olham o lado deles e estão certos, mas não estão. Nesse momento crítico deveriam ser sensatos e não tomarem atitudes mediante a força econômica que têm diante de outros países principalmente pelo fator dólar, moeda universal onde quase 100% das transações comerciais no mundo a utilizam.

O governo dizer que irá comprar todo o suprimento do mundo e que não quer nada nas mãos de outros mostra apenas que a humanidade caminha para o lado errado. Não adianta dizer o nome de Trump aqui como se ele fosse o único culpado, pois foi eleito democraticamente e é apoiado por muitos em seu país. Essa é a hora que os governantes, independente de viés político, deveriam se unir e encontrar um solução para salvar as pessoas e, consequentemente, a economia.

Tudo aquilo que lemos nas redes sociais de solidariedade, comoção e ajuda ao próximo basicamente se esvaiu com essa atitude que, por sinal, muitas apoiam na internet.

Obs.: não citei a África no texto porque não tenho lido tantas notícias do continente, mas em breve escreverei algo.

Comentários

Unknown disse…
Parabéns Thiago Marcondes,sempre lúcido em suas colocações!

Grande Abraço!
Unknown disse…
Perfeito,como sempre! Muito bom ver que retomou a escrita! Coerência, conhecimento dos fatos e clareza! Bentornato!
Anônimo disse…
Thiago, otimo texto! Continue escrevendo, precisamos de opiniões embasadas e coerentes.
ABS Gualter
Anônimo disse…
Excelente texto! Discorreu de forma clara e coerente. Muito bom o seu ponto de vista.

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